Apesar da descoberta do diamante ter ocorrido originalmente em Morro do Chapéu, em 1841, a vila do Ventura, onde a descoberta ocorreu entre 1850 e 1855, se tornou o principal centro produtor desse bem mineral no município.
Segundo relato de Carlos Navarro Sampaio, as descobertas na região dessa vila ocorreram quando três garimpeiros, vindos de Lençóis, pediram a proteção do coronel Porfírio Pereira, na sua fazenda Vargem da Cobra.
Todos eram garimpeiros muito experientes, que logo constataram uma semelhança geológica dessa área com a região de Lençóis, tendo em vista que em ambas ocorre a rocha sedimentar denominada conglomerado, que é a hospedeira do diamante na Chapada Diamantina. O intemperismo, ou seja a desagregação dessa rocha, libera os diamantes e carbonados, que se acumulam nos níveis de cascalhos que ocorrem nas drenagens, onde são objetos de garimpagem. Esses garimpeiros descobriram os diamantes em uma gruna, provavelmente na serra do Criminoso, próximo ao Ferro Doido, em local que ainda permanece desconhecido.
No auge do garimpo, o Ventura chegou a possuir uma escola estadual, delegacia de polícia, teatro, biblioteca, agência dos correios, juiz de paz e uma filarmônica, bem como três farmácias, doze lojas comerciais e uma fábrica de sabão. O teatro recebia artistas de fora, até mesmo da capital, além dos artistas amadores locais.
Dentre os moradores ilustres merecem ser citados Floro Bartolomeu, Afonso Costa, Tiburcio Mendes, Minervino Porto, Elisio Sá, Raul Vitoria, Prisco Viana, Francisco Dias Coelho, Deoclesiano Barreto, Francisco Matos, João Caetano, Horacio de Matos, Antônio Martins Leal, Antônio de Souza Benta, João Navarro Sampaio, João Belitardo e Gabriel Ribeiro dos Santos Bieca
Dentre os principais logradouros do Ventura podem ser citados: as praças Dias Coelho (ainda existente), dos Sampaio e da Vitória; as ruas da Chapada (onde se concentravam as pessoas vindas de Chapada Velha), da Estrela, das Pedras, Elísio Sá, Ferreira de Araújo e do Rebaixo (área de antigo garimpo atribuído a Gabriel Soares).
A edição de 03.07.1921 do Correio do Sertão, apresenta a seguinte descrição do Ventura, elaborada por Cícero Lemos:
A edificação compõem-se de umas 500 e tantas casas, em sua maioria de ordinária construção, existindo porem alguns prédios de estilo moderno, formando 6 ruas e 2 praças. O comércio é ativo e as feiras se realizam aos sábados, na praça Dias Coelho.
Possui agência dos correios, 2 escolas, estadual e municipal, Associação dos Empregados no Comércio, com uma boa biblioteca, clube de futebol, teatro e capela com invocação de N. S. da Conceição. Em tempos também já teve uma sociedade philarmonica.
O distrito já chegou a dar 10 contos de renda municipal, sendo que hoje está reduzido à metade, assim como está o seu desenvolvimento. Tem uma população de 5.600 habitantes, dos quais 1.600 na sede do distrito.
Aos fatos políticos que abortaram em 1914 a possibilidade da emancipação do Ventura, se somaram, em 1932, dois acontecimentos trágicos: a queda do preço do carbonado no mercado internacional, deixando centenas de homens sem trabalho, e uma terrível seca, o que provoca um grande êxodo habitacional, contribuindo para a decadência do local.
Em abril de 1952 foi fechada a agência dos correios, por falta de funcionários, enquanto 1963 foi o último ano de funcionamento do colégio estadual.
No período de 1930-1960, ainda moravam no Ventura cerca de 300 pessoas. Entretanto, com a construção da BA-052, conhecida como Estrada do Feijão, inaugurada em 1974, cujo traçado fica a cerca de 8km do povoado, o mesmo praticamente se transforma em um local deserto. Alem de deserto, esquecido e sem o reconhecimento da importância do seu papel histórico no decorrer do ciclo do diamante no estado da Bahia
minha avó nasceu na vila Ventura, é filha de Gabriel Ribeiro Biecka e Isabel Oliveira, filha do Coronel Sinfronio Ferreira de Oliveira.Vou levar minha vo em 2018 para rever o local q ela nasceu!
ResponderExcluirlegal
ExcluirSerá q poderia entrevistar sua vó?
ExcluirRaquel Lins, que bom ver esse seu comentário e saber mais coisas dos meus antepassados. Sou bisneta deles, Gabriel e Isabel. Será que vc pode me passar seu e-mail? Estou procurando mais informações. É muito importante para mim.
ExcluirAh, meu nome é Gabriela. Sou neta do Ari, um dos filhos deles.
ExcluirPode sim ela vai fazer 93 anos amanhã 7 julho .. Eu não moro na Bahia,mas ela Sim! Nao consegui leva-la ao Ventura agora em 2018 . Mande seu contato via email para mim, que minhas tias falam c vc ...aquellins@gmail.com abraços
ResponderExcluirEm 1957/8, meu pai, José Almeida, trabalhava como protético (dentista), neste povoado
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